Bem-vindos ao meu mundinho encantado! :)
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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Ataque de pânico

Faziam três anos que não acontecia.
Minha cabeça estava cheia de problemas. A briga da turma, a história da minha família e a perda pra sempre da Viih = /. Eu estava morta por dentro, tentando viver por fora, fingir que vivia.
Estava pronta pra ir pra escola, quando o telefone tocou. Era uma voz desconhecida pra mim.
- Cinderela? - perguntou a voz - É a mãe da Viih.
Como sempre acontece quando ouço falar nela, minhas mãos começaram a tremer e suar. Tentei agir como a adulta que sou.
- Sim, dona Sônia - falei - Sou eu.
As próximas palavras prefiro nem registrar. Foram minutos me esculachando, criticando e xingando das piores coisas. Coisas que eu nunca fui.
- Viih está mal de novo, por sua causa - ela falou, finalmente, quando meu choro já era compulsivo - Ficou quase cinco dias sem comer, passou mal e não quer comida. Estou obrigando. Ela estava recuperada.
Aquela notícia era ruim pra mim também. Eu a amava, me preocupava com ela, não queria perdê-la. Foi algo que aconteceu, afinal, nada é pra sempre.
Essa mulher, que sempre me odiou, sempre me culpou por tudo o que acontecia com a filha dela, inclusive a homossexualidade, finalmente conseguira o que queria. Estamos separadas. Pra sempre.
Só então percebi que havia silêncio do outro lado da linha. Outra pessoa segurou o telefone e respirou fundo. Era ela.
- Cindy, quero falar com você.
Eu não pude atender o pedido dela. Minhas mãos largaram o telefone e eu fitei o vazio. Algo voltou em minha garganta e eu vomitei aos meus pés. Levantei a cabeça e vi as sombras me cercando. Mãos, braços e corpos, apenas vultos correndo por mim, em desespero.
- Não! - gritei, tão desesperada quanto uma personagem de novela ao ver seu assassino - Saiam daqui, sai!
Deitei no chão de olhos fechados, chorando. Senti os braços da minha mãe me sentando, e a voz do meu pai falando ao telefone.
- Calma, Cindy - ela pediu - É só uma crise de pânico, não são de verdade.
Chorei no ombro dela por minutos, enquanto ela me acalmava, carinhosamente.
- Pode ficar em casa hoje, já é uma e quinze - ela disse, baixinho - Acho que tu vai ter que voltar pro psiquiatra, já voltou aos extremos da tua doença.
Eu abri os olhos e assenti, me acalmando.
E mais uma vez, senti tudo voltando a tona.

2 kcal:

Viviana Ruiz disse...

Oi, Cindy. Foi tão triste ler o teu post... Fiquei preocupada contigo. Espero que melhore mesmo.
bjOus

Anna Kimi disse...

Meu Deus do ceu flor,quanta coisa em pouco tempo! Sinto saudades,estou de volta. Não com a a Anna e mia,só com blog, pode contar comigo,se apoiar em mim,eu estou aqui pra isso,e nao vou mais precisar mudar de blog,consegui arrumar o meu. Enfim,qualquer coisa só pedir ajuda.

Força Princesa,você é forte!
Bjooscocalightplus♥

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